quinta-feira, 3 de junho de 2010

Mãezinha


Imagine uma pessoa que vem ao mundo na pobreza, onde sua mãe cata comida de fim de feira para te alimentar.
E que tem oito, nove irmãos, são tantos que se perde a conta.
Imagine uma pessoa que com onze anos, perde esta mãe e ficam no mundo estas crianças somente com um pai que bebe e que é viciado em jogo. E que perde a casa para o jogo.
E o pai perde-se na vida e as crianças perdem-se no mundo. E vagam, e se unem...e pedem comida, e pedem abrigo a todos.
São alimentados e abrigados por estranhos, por parentes distantes, pela sociedade marginal e pelo momento.
Essa pessoa cresce, trabalha com dignidade, casa-se de véu e grinalda com orgulho.
Sobrevive. Vem a tuberculose, as porradas do marido alcoólatra, a fuga da dor para tentar a vida na cidade grande, agora, não mais com irmãos e sim com sua penca de filhos.
O marido alcoólatra vem atrás, e bate e machuca e esfaqueia. Ela chora, calada.
Os filhos ao alcançarem a adolescência, dão um basta. E deixam o alcoólatra para trás. Ele em sua solidão falece, no meio do álcool e seu abandono.
A viúva, conhece uma nova pessoa , e se casa. E sofre de novo. O novo marido também bebe. E perde a linha.
Tudo de novo. Conhece uma nova pessoa, e para surpresa é um ex-alcoólatra. Tudo parece agora que vai dar certo. Enfim...
Até que surge o câncer. Cruel. Maligno. Ela desiste de viver, e seu marido a pede para lutar por eles! E ela luta, e reage.
Por ironia do destino, o câncer ataca ele silenciosamente,e o leva. Traiçoeiro isso.
Agora a luta, vem de outra forma, como um aneurisma.
E é por essas tantas lutas, que devo o meu profundo respeito, a alguém que          MERECE ser um pouquinho ... FELIZ.
Te amo mãe.

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